A dor é uma ação, uma reposta do sistema nervoso central como a fome, sede e desejo de dormir. Estas respostas são apresentadas pelo nosso corpo como sistema de sobrevivência e proteção ao nosso organismo. Ela nos ensina que o fogo queima, objetos cortantes machucam e isso serve para nos alertar do perigo e lesões. Apesar de nos proteger ela é desgastante, e dependendo da intensidade e duração pode causar grandes impactos na qualidade de vida.
Hoje a Associação Internacional de Estudos da Dor (IASP) define a dor como uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada à lesão tecidual real ou potencial. Isso quer dizer que a dor pode ser uma resposta a ameaças físicas como mencionadas anteriormente, assim como uma resposta a situações ou conflitos do dia-a-dia como preocupações com o emprego, com a saúde em geral, sobrecarga de trabalho, medicações, família e relacionamentos, atividade sexual, problemas financeiros ou inclusive por distúrbios emocionais como ansiedade, medo, angústia, depressão, falta de prazer, distúrbios do sono além de desamparo, ausência de ajuda ou falta de proteção. Todo esse ciclo de estresse pode impactar diretamente no aumento da dor.
O estresse pode afetar e propiciar a prevalência de distúrbios e sintomas musculoesqueléticos. Quanto maior o estresse percebido, maior a prevalência de sintomas osteomusculares.
A coluna vertebral é uma das estruturas musculoesqueléticas que mais sofre alterações morfológicas, acarretando limitações físicas com o decorrer do tempo, sendo a região lombar apontada como causa mais frequente de dores. No Brasil, estima-se que cerca de 30 a 40% da população seja acometida por dor lombar crônica. É inevitável focar e corrigir a biomecânica como a instabilidade articular, dor e disfunção, mas também é fundamental olhar para os fatores psicológicos como os pensamentos, emoções e comportamentos.
A coluna é o principal eixo de sustentação do corpo. A lombar precisa ter mobilidade para executar bem todos os movimentos. É o que vai permitir um bom trabalho dos quadris, permitindo a ação do ir e vir. Quando o corpo se depara com uma situação de estresse, onde ele não sabe como agir, como lidar com a situação, qual decisão tomar ou se deve ir adiante ou não diante de determinadas escolhas, esta insegurança se faz presente. O corpo reflete, reage. A coluna trava.
Portanto, ouvir a pessoa acometida com dor, acolher e compreender suas reações diante da dor é fundamental para o sucesso do tratamento.
Cuidar da saúde muscular, alinhamento corporal, conseguir uma boa hidratação articular, olhar para o que está sentindo com atenção e perceber que o corpo é um grande reflexo da alma são processos importantes para se conquistar uma coluna saudável, acompanhados de bons hábitos de saúde e exercício físico.
Vamos verificar como está a saúde da sua coluna?
Deixo aqui o Teste de Incapacidade de Roland Morris. Esta lista contém frases que as pessoas costumam usar para descrever quando têm dores na coluna. Ao ler a lista pense em si hoje e caso a situação seja verdadeira assinale com um X. Se a frase não o descrever, deixe o espaço em branco e avance para a frase seguinte. Lembre-se, apenas coloque a cruz na frase se estiver certo de que o descreve hoje.
1. Fico em casa a maior parte do tempo por causa da minha coluna.
2. Mudo de posição frequentemente para tentar que a minha coluna fique confortável.
3. Ando mais devagar do que o habitual por causa da minha coluna.
4. Por causa da minha coluna não estou a fazer nenhum dos trabalhos que habitualmente faço em casa.
5. Por causa da minha coluna, uso o corrimão para subir escadas.
6. Por causa da minha coluna, deito-me com mais frequência para descansar.
7. Por causa da minha coluna, tenho de me apoiar em alguma coisa para me levantar de uma poltrona.
8. Por causa da minha coluna, tento conseguir que outras pessoas façam as coisas por mim.
9. Visto-me mais lentamente do que o habitual por causa da minha coluna.
10. Eu só fico em pé por curtos períodos de tempo por causa da minha coluna.
11. Por causa da minha coluna, evito dobrar-me ou ajoelhar-me.
12. Acho difícil levantar-me de uma cadeira por causa da minha coluna.
13. a minha coluna está quase sempre a doer.
14. Tenho dificuldade em virar-me na cama por causa da minha coluna.
15. Não tenho muito apetite por causa das dores da minha coluna.
16. Tenho dificuldade em calçar meias por causa das dores da minha coluna.
17. Só consigo andar distâncias curtas por causa da minha coluna.
18. Não durmo tão bem por causa da minha coluna.
19. Por causa da dor na minha coluna, visto-me com a ajuda de outras pessoas.
20. Fico sentado a maior parte do dia por causa da minha coluna.
21. Evito trabalhos pesados em casa por causa da minha coluna.
22. Por causa das dores na minha coluna fico mais irritado e mal-humorado com as pessoas do que o habitual.
23. Por causa da minha coluna, subo as escadas mais devagar do que o habitual.
24. Fico na cama a maior parte do tempo por causa da minha coluna.
Cada questão assinalada equivale a 1 ponto. Quanto mais próximo dos 24 pontos mais ajuda o corpo necessita. Fique de olho! Cuide da saúde da sua coluna! Procure por ajuda! A prevenção é sempre o melhor caminho!
Dra Ana Paula Grilo Salmaso há mais de 10 anos trabalha visando o bem-estar e alívio de dor através de atendmento individualizado e personalizado, objetivando atingir os melhores resultados clínicos. É formada em Fisioterapia pela Universidade Paulista UNIP em 2007, Pós Graduada em Quiropraxia pela UNAERP, possui Certificação Master em Terapia Manualpela Hands on Semminars NY, trabalha com Reequiçíbrio Postural Global pelo Reequilíbrio Proprioceptivo Muscular (RPG/RPM) e Reequilíbrio Somato Emocional. Possui atualização Clínica em Dor pela Harvard University, Boston 2017 e formada pela Academia Suíça AtlasPROfilax, Bogotá, 2019.