Quando o amor acaba

Todos nós nascemos com a capacidade de amar e isso se concretiza através das nossas primeiras relações dentro do ambiente familiar quando somos ainda crianças. Depois que crescemos, ainda continuamos em busca do “amor da nossa vida” e colocamos toda nossa energia para encontra-lo.

Flerte, namoro e enfim, o casamento com a promessa “Até que a morte os separe”. Será que é sempre assim? Muitas vezes, não. Temos dificuldade em encarar a ideia da separação, isso gera uma grande angustia e lembra traumas sofridos na infância/adolescência. Além do mais, o divórcio foi oficializado no brasil em 1977, antes disso tínhamos que encarar as relações como um destino final, “a supremacia do amor” com a responsabilidade jurídica até o fim da vida.

Essa forma de encarar as relações como permanentes, faz com que não consideremos alterações na dinâmica desse vínculo. Mesmo pensando que a nossa cultura sofreu algumas mudanças na configuração familiar, ainda carregamos dentro de nós os valores e crenças de um casamento para a vida toda. Isso é muito estimulado, principalmente pelas religiões, fazendo com que repetimos o que nos ensinaram, sem questionar se é possível ou verdade.

A culpa aparece quando nós percebemos que aquilo que aprendemos não se solidifica na prática, começa a haver desencontros na relação e aí vem o grande impasse, separar ou não?

A culpa pode ser uma armadilha, podemos ficar estagnados sem sair do lugar e presos a uma situação mesmo sabendo que não é a mais saudável para nós naquele momento e muito menos para o outro.

Ela vem acompanhada da sensação de fracasso, incompetência e incapacidade, já que o significado de sucesso que permeia nossa cultura é lutar para manter o relacionamento a qualquer custo.

Por mais forte que isso seja, precisamos começar a encarar os vínculos como um processo que envolve etapas: começo, adaptação, transformação, superação, doação e se não estiver mais satisfatório para ambas as partes (ou alguma das partes), pode ter um final.

Um relacionamento não acaba exclusivamente por parte de um, é importante compreendermos qual é a nossa parcela de responsabilidade, porém jamais trazer a culpa somente a si mesmo. Ampliando a percepção de que a vida não se resume a um relacionamento e que o rompimento faz parte do processo, apesar da dor do término, é possível superar e caminhar de forma mais leve, tirando um aprendizado a respeito de si mesmo e do modo de se relacionar.

“Não prometo um final feliz, mas garanto um começo inesquecível…” (Simone Poeta)

Laís Messias, fundadora do projeto Café com Pimenta, existente desde 2016. Terapeuta Sexual, graduada em Psicologia pela Fundação Educacional Araçatuba (FAC-FEA), com pós-graduação em Psicodrama pelo Instituto Riopretense de Psicodrama

Sobre o Separe e Supere

Esta plataforma nasceu de uma experiência pessoal (talvez a mais desafiadora de todas que já enfrentei), de quando me senti dentro de um furacão, girando em círculos, acompanhado de vacas, pedaços de cercas, muita poeira, em total confusão.

Publicações recentes

Categoria

Tags

    Todo conteúdo deste site é legalmente protegido e não pode ser utilizado, reproduzidos, modificados ou distribuídos sem o consentimento por escrito da Separe e Supere.

    Outras páginas