Entretanto, a pandemia, como sabemos, tirou nossa tão preciosa liberdade e obrigou, de uma hora para outra, o confinamento dos casais. E não houve tempo para qualquer planejamento e a convivência, muitas vezes apenas noturna, teve que se estender pelo dia todo, vinte e quatro horas juntos, na alegria e na tristeza, na saúde e na Covid.
Dados apontam um crescimento fenomenal de separações e divórcios por conta da pressão “psico-econômico-físico-mental” gerada pela convivência full time forçada e o “cada um no seu quadrado”, mesmo morando agregados. Virando o “tudo junto e misturado”!
E não há como mensurar o impacto que cada casal teve. Mesmo porque muitos conseguiram se reinventar, tocar uma nova canção no mesmo violão e, fazendo do limão uma boa limonada, estreitaram seus laços e sua união…Bingo! Ponto para eles!
Mas, também, muitas histórias tiveram que ser adiadas, muitos casamentos remarcados, as decisões de morar juntos, ou não, foram colocadas às pressas e muitas indecisões tiveram que deixar a mente para se tornarem realidades.
Isso porque nem estamos contabilizando, nessa loucura toda, outros cenários como de pessoas tentando encontrar alguém para se relacionar, tentado viver consigo mesmo, outras cuidando dos pais, dos filhos, dos pets, da saúde, da carreira.
Não temos como negar que tudo que nos é imposto gera, de imediato, uma sensação de revolta. Pois ativamos o “modo on” do “por que comigo?” e, querendo ou não, com o tempo, esse sapo gordo precisa ser engolido. E o que sobra é resolver com sorriso amarelo, ou não, todos os imbróglios consequentes.
Por fim, o resumo da ópera: reinventar-se não é opção, mas é a luz no fim do túnel. Já que entramos nessa tempestade sem capa de chuva, estamos nus perante nós mesmos e perante todos os nossos relacionamentos, sejam amorosos ou raivosos.
E a cura dessa “panicodemia” virá pelo amor ou pela dor, pois cada um é obrigado a fazer sua parte, “isentões” não sobreviverão mesmo vivos e a palavra respeito terá que sair do dicionário para entrar na vida de cada um de nós!