E a relação fraterna, materna ou paterna gerada e cultivada cada vez mais entre o animal e seu dono, tem atingido índices elevados e crescentes. O que faz com que esses seres de diferentes raças e espécies ocupem, muitas vezes, o espaço destinado aos filhos biológicos ou, até mesmo, sejam inseridos ao núcleo familiar como os herdeiros mais novos da casa.
Portanto, não há como negar os efeitos altamente positivos que cães, gatos e diversos exemplares geram na vida das pessoas que os adotam. E diversos são os porquês de tê-los: sensação de proteção e segurança, carinho garantido e perene, controle e melhora da depressão, sensação de pertencimento, companhia, afeto, distração às crianças e por aí vai.
O sentimento de pertencimento familiar é tão grande que são chamados de filhos(as), recebendo, muitas vezes, em sua certidão de nascimento, nomes humanos, o que intensifica ainda mais a sensação de terem sido gerados e não adquiridos.
Contudo, a humanização dos pets é cada vez mais frequente. Datas comemorativas são celebradas com direito a bolo, chapéus e reunião de familiares ou amigos. E o tratamento do pequeno ou grande ser pode incluir terapias alternativas, roupas especiais, yoga, spa, alimentação balanceada…
Dessa forma, considerando todo o acolhimento e troca de sentimentos amorosos entre os donos e seus pets, um problema muitas vezes de difícil solução acontece quando o casal resolve dissolver sua relação interpessoal. Mas e aí? Com quem Tobias vai ficar?!
Quando o animal já veio do lar de um dos ex-consortes, não há dúvida, volta para o lar de origem. Porém, quando não, o melhor caminho é responder à pergunta mais simples: com quem o animal tem mais afinidade, proximidade, carinho?
Se a resposta é clara entre ambos, o animal ficaria no lar do dono da resposta e outro poderia fazer visitas e dividir tempo, estadia e determinadas despesas do pet, constituindo uma saudável guarda compartilhada e o trato estaria feito.
Mas o problema é quando, na cabeça de cada um dos ex-afetos, a resposta é: COMIGO! E aí é que a porca literalmente torce o rabo e a pet-batalha se inicia.
Pois egos arranhados, sentimentos de pertencimento aflorados, misturados com pitadas de rancor, acabam, muitas vezes, colocando fermento nesse bolo de emoções. E, então, a única solução pode ser um processo jurídico, que, apesar de poder parecer um exagero, não estão sendo poucas as demandas que surgem nos tribunais de todo planeta.
Portanto, apesar da decisão judicial ser baseada em argumentos e provas dos dois lados, o que deve imperar é a melhor solução para o animal. O que seria melhor para ele do ponto de vista do afeto, qualidade de vida e pertencimento.